Seja por lazer ou trabalho, as telas fazem parte de quase todos os aspectos de nossa vida diária. No entanto, até que ponto essa nova tendência pode prejudicar nossa visão?
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com residentes do Distrito Federal e das capitais brasileiras investigou os hábitos de uso entre 2016 e 2021.
Segundo o levantamento, os adultos passam 3 horas ou mais por dia em frente às mesmas, aumentando a porcentagem de 19,9% para 25,5% durante o período.
Esses dados ressaltam a preocupação em relação aos riscos associados a prática para a saúde visual.
Portanto, dedicamos este artigo a compartilhar quais tipos de problemas oculares podem surgir ou ser agravados por esse hábito, além de discutir as recomendações dos especialistas para prevenir potenciais problemas.
Quais são as ameaças à visão relacionadas ao uso excessivo de telas?
Compreendemos que a saúde dos olhos está intrinsecamente ligada à nossa qualidade de vida e ao desempenho das atividades cotidianas. Logo, é crucial examinar as ameaças à visão associadas ao uso excessivo de telas.
Alguns desses efeitos negativos já são bem conhecidos e incluem:
- Fadiga ocular;
- Olhos vermelhos;
- Visão turva temporária;
- Irritação e sensação de ardor nos olhos;
- Desconforto e dor;
- Sensação de ressecamento ocular.
Esses sintomas ocorrem principalmente devido à exposição prolongada à luz azul, bem como à redução da frequência de piscar.
Progressão de miopia
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nosso estilo de vida contemporâneo, marcado pelo aumento do tempo gasto diante de telas e pela limitada exposição à luz solar, está associado a um aumento na progressão da miopia.
Esse fenômeno preocupa profissionais de saúde, pois a mesma não tratada pode levar a complicações oculares sérias, como o descolamento da retina, destacando a importância de medidas preventivas para preservar a saúde visual em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.
Enxaquecas
Embora a enxaqueca não esteja diretamente relacionada a problemas de visão, o uso excessivo de telas eletrônicas pode desencadear ou agravar as crises devido ao aumento da tensão muscular que pode ocorrer durante atividades prolongadas em dispositivos digitais
Além disso, a exposição constante a luzes artificiais também pode contribuir para a sensibilidade à luz — um dos sintomas comuns mais frequentes relacionados a condição.
Estrabismo
O uso excessivo de telas eletrônicas, como smartphones e computadores, pode agravar o estrabismo, uma vez que esses dispositivos demandam um esforço visual intenso e constante.
Isso, quando feito de forma prolongada, interfere na convergência dos olhos e afeta a musculatura ocular — o que, por sua vez, pode exacerbar o desvio ocular em pessoas com a condição.
Recomendações dos especialistas do Hospital de Olhos de Palmas
Para prevenir e tratar problemas visuais decorrentes do uso excessivo de telas, os nossos especialistas oferecem algumas medidas simples, mas eficazes:
- Mantenha os olhos a uma distância de pelo menos 50 cm das telas.
- Faça pausas regulares para descansar os olhos seguindo a técnica conhecida como “regra 20-20-20” (a cada 20 minutos de uso, pare por 20 minutos e foque em um objeto a uma distância de 6 metros para relaxar os músculos oculares).
- Pisque os olhos frequentemente para estimular a produção de lágrimas e prevenir o olho seco.
- Se você trabalha longas horas na frente de telas, considere consultar um oftalmologista para avaliar os seus olhos e verificar a necessidade de usar colírios lubrificantes a fim de combater o ressecamento e a irritação.
- Ajuste o brilho e o contraste das telas conforme a iluminação do ambiente, evitando usá-las em locais excessivamente escuros ou claros;
- Mantenha os seus óculos com a prescrição atualizada;
- Realize consultas regulares para monitorar a saúde ocular e identificar possíveis problemas.
Lembre-se: a nossa visão é um dos nossos sentidos mais importantes; por isso, é fundamental cuidar dela com atenção e responsabilidade.
Embora o uso excessivo de telas possa representar riscos para ela, é possível prevenir e tratá-los com hábitos simples e saudáveis.
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